Relato da Marcela sobre Salvador

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Segue abaixo um relato de uma leitora do blog que me fez refletir  se vale a pena escrever sobre nossas experiências de viagens e em especial sobre minha cidade, Salvador e sobre a Bahia.

Tudo começou quando a Marcela me enviou uma mensagem pela fanpage que diz assim:
“Olá, Vanessa
Conheci seu blog procurando relatos sobre o passeio até a Ilha dos Frades, estava decidindo qual seria meu destinos de férias e estava muito empolgada em conhecer Salvador. Depois de muita indecisão batemos o martelo e compramos as passagens para Salvador, e o plano até hoje era dividir a estadia entre Praia do Forte e Salvador. 
Já ouvi muitos relatos sobre violência em Salvador, mas como moro no Rio deixei esse problema de lado e preferi focar nas belas paisagens e experiências que acredito que teremos, porém hoje a autora de um blog que gosto muito de acompanhar publicou um post contando da péssima experiência que teve alguns meses atrás quando visitou a cidade, dai então decidi procurar na internet a opinião de outras pessoas e blogs, alguns dizem que a violência é absurda, que a cidade está praticamente abandonada, e outros dizem que (nos últimos meses) as coisas estão melhores,mais policiamento em alguns pontos, apesar da violência ainda estar presente. Gostaria muito de conhecer a cidade, mas estou quase optando por fazer apenas um city tour desses que você pode ficar um pouco mais no local e voltar para o ônibus depois e trocar Salvador por algum lugar mais tranquilo, mas gostaria da opinião de alguém que realmente conhece o lugar. Você pode me ajudar? 
Obrigada e parabéns pelo blog, estou lendo vários post que irão me ajudar bastante.”
Agradeci o contato da Marcela e dei algumas sugestões e a essência da nossa conversa foi:
“De fato, vivemos assustados com o aumento da criminalidade. Porém, Salvador continua sendo uma das cidades que mais recebe turistas do Brasil. Sou soteropolitana e sofro o mesmo que os turistas sofrem, mas uma atitude preventiva é fundamental em qualquer lugar do mundo….Vou linkar o post de segurança pra você, mas reforço: ande como se fosse no Rio. Simples. Não chame atenção. Não ande por lugares ermos. E fique atenta.”
Bom, fiz um roteiro para eles ( a Marcela veio com o namorado), linkei o post sobre segurança que fiz logo no início do blog e que é baseado em nossa experiência do dia a dia e citei que o mesmo que a blogueira sofreu eu quase ia sofrer em Lisboa no primeiro dia na Europa. 
O tempo passou e eu estava curiosa para saber como foi as férias da Marcela e o namorado dela, aqui em Salvador. Daí, enviei um email um pouco receosa de tá incomodando:
“Olá Marcela,
Tudo bem?
Gostaria de saber como foi sua visita a Salvador e quais suas impressões acerca da cidade e de nós soteropolitanos. Se você puder fazer um pequeno relato ficarei feliz. Seja sincera.”
Então, ela me responde:
“Desculpa pela demora em responder.

Vai ser um prazer poder relembrar esses dias incríveis que passei na Bahia.

CHEGADA À CIDADE: Estávamos em Salvador (na verdade, Praia do Forte) e fomos de van até Salvador e no caminho fizemos uma certa confusão e descemos no Maxxi Atacado ao invés de irmos pra rodoviária, e eis que um vendedor vendo nosso corre corre com as malas para pra nos dar orientações. Foi super atencioso e nos deu várias dicas, após alguns minutos (mesmo estando do outro lado do ponto) parou o ônibus e nos sinalizou, e esperou até que entrássemos no onibus. Achei isso incrível, pois em tempos de vida corrida ninguém anda muito interessado com o caminho do outro. Nossa chegada ao aeroporto foi da mesma maneira, pessoas nos auxiliando prontamente no trajeto à Praia do Forte (o ônibus saiu mais cedo, rs).

Pegamos o ônibus e após alguns minutos chegamos próximo a orla ali próximo a Itapuã (creio que era isso devido as placas do farol), e eis que tive uma surpresa ao me deparar com uma orla totalmente diferente do que vemos no Rio: uma orla incrivelmente linda e do outro lada da rua obras e coisas inacabadas que parecem que estão rolando a anos.  (ela faz referência a orla de Itapuã que será inaugurada dia 23/10) Na Barra outra surpresa principalmente com a localização que escolhemos (nossa rua era a 2ª atrás do Barra Center e tinha uma aparência de “largada” mesmo tendo várias pousadas e hotéis pequenos), o calçadão muito bonito e novo porém alguns restaurantes deixam muito a desejar, mesmo estando numa localização maravilhoooosa.

CONHECENDO A CIDADE: Infelizmente, por causa do tempo na cidade e de alguns problemas que tivemos em Salvador, não conseguimos seguir completamente o roteiro que nos sugeriu, mas é roteiro certo na nossa volta.

Algo que adoramos na cidade foi o transporte: fizemos absolutamente tudo de ônibus, inclusive ir ao aeroporto. Os pontos eram muito perto do prédio. 

Pegamos o ônibus e fomos ver de perto o que a bahiana tem. Descemos na rodoviária (um terminal de ônibus) perto do Elevador Lacerda, e ainda na escadinha do ônibus já fomos assediados com pessoas oferecendo fitinhas de presente, agradecemos e seguimos em frente, e ao longo de todo dia seguimos desviando e dizendo: Não, obrigada!

A vista da praça do Elevador é de tirar o fôlego, bem policiada e inclusive paramos várias vezes para pedir informação para policiais e guardas e foram todos muito solícitos e gentis. O valor cobrado no elevador é algo simbólico, e depois entendemos o motivo: subimos e descemos várias vezes para ir ao Mercado Modelo que foi nosso lugar preferido na cidade. Artesanato incrível, vendedores alegres e super simpáticos (ficamos alguns minutos com uma senhora numa lojinha de pimenta e foi o suficiente pra voltar lá no dia seguinte pra buscar mais coisas), apresentação de capoeira, vista incrível e casquinha de siri deliciosa no Maria de São Pedro.

Visitamos o Palácio Rio Branco, a Cruz Caída, e fomos rumo a Praça da Sé e o tão famoso Pelourinho. Passamos no centro de informações para pegar um mapa e depois de alguns longo minutos chegamos ao Lago do Pelourinho, guiados pelos batuques cada vez mais altos e foi quando realmente caiu a ficha de onde eu estava. Impossível não parar e olhar os músicos, a rua, as casinhas coloridas, e principalmente sentir aquele som incrível. Vimos muitos gringos maravilhados, com crianças de todos os tamanhos e lembrei do medo que estava antes da viagem e por fim deixei todas as decepções de lado e decidi que voltaria novamente à Salvador.

No dia seguinte fomos conhecer a Igreja do Senhor do Bonfim que apesar de longe vale a visita pela arquitetura incrível do interior e pelas tão famosas fitinhas coloridas.Quando saímos da igreja estava tendo uma roda de candomblé (não sei se realmente era o candomblé. Mas já aviso que defendo a tolerância e respeito mil pelas crenças de cada ser), algo que nunca tinha visto de perto, com várias pessoas ao redor acompanhando e fotografando.

Como era domingo, acabamos comendo um acarajé ali por perto mesmo e voltamos para a Barra onde nos dividimos entre o Morro do Cristo (com muita musica de um grupo que estava gravando um vídeo por lá) e o Farol da Barra, com um por do sol tímido devido o tempo. No dia seguinte voltaríamos para a realidade e decidimos apenas ficar na praia, já que o sol tinha dado uma trégua e nossos planos eram de sombra, mar morno e água fresca.

CONCLUSÃO DA VIAGEM: O pouco que conhecemos da Bahia foi o suficiente para reforçar meus planos de voltar muitas outras vezes. O povo é alegre e solicito, algo que eu esperava e encontrei na Bahia, o mar é de uma cor absurda, a comida tem um sabor incrível e até as coisas que já comemos no Rio tem um toque da Bahia. E sem falar dos sons do Pelô que são inconfundíveis. Meu maior arrependimento é não ter tido mais tempo para aproveitar esse lugar maravilhoso. Espero voltar com mais calma, e com mais pressa, no Carnaval e em todas as datas que o destino me permitir. Bahia costa (constava) inúmeras vezes na minha lista de viagens, mas não era prioridade nesse momento; fui em busca de determinadas coisas que infelizmente não encontrei, mas o que encontrei fez valer toda a viagem.

Vaneza, obrigada pelas dicas e atenção, e principalmente, por me fazer ir sem medo e de coração aberto.”
Respondi o email:

“Seu relato me emocionou.
Foi o maior presente que já recebi do tempo em que comecei a escrever o blog.
Nossas cidades precisam de mais atenção e cuidado, mas ainda dá para aproveitá-la da melhor maneira e você conseguiu.
Eu que te agradeço pela confiança e por este relato maravilhoso.
Posso publicá-lo em meu blog? Se voce não permitir, não me aborreço não, fique tranquila…rsrs”
 


Precisa eu dizer mais alguma coisa? Tem presente melhor que ver uma pessoa curtir sua cidade?

Para conferir o relato da blogueira Fernanda clique aqui e para ler as dicas de segurança em Salvador clique aqui.

6 COMENTÁRIOS

  1. É, a colega mudou "um pouquinho só" de opinião hein??? Que bom! rsrsrsrs
    Só uma observação quando ela disse "Algo que adoramos na cidade foi o transporte: fizemos absolutamente tudo de ônibus, inclusive ir ao aeroporto. Os pontos eram muito perto do prédio."
    Transporte público bom em SSA? rsrsrsrs
    Entendo bem a boa impressão dela. Ela ficou hospedada no único bairro bem servido de transporte público da cidade e que fica próximo às principais atrações turísticas da cidade. Aqui na barra. Se ela ficasse em qualquer outro bairro da nossa capital, iria preferir ir de táxi…rsrsrs
    Foi legal demais vê-la mudando de impressão sobre a nossa cidade.
    🙂

    Marcus

    • O que diria a população de Cajacity sobre transporte?!…rsrsrs
      Realmente, para os visitantes, a Barra é bem servida de transporte público e permite fazer várias coisas a pé.
      Não é tarefa fácil para as nossas capitais causarem uma boa impressão.

      Abração Marcus!

  2. Esse relato expressa bem o que é Salvador! Além da beleza natural, as pessoas são muito solícitas e solidárias. Como diz Caetano, "Tudo, tudo na Bahia, Faz a gente querer bem, A Bahia tem um jeito"… Não dá pra explicar, tem que sentir na pele e no ar. Quanto à segurança, tem que saber andar, procurar informações e ter cuidado onde ir, horários, com quem ir,se precaver. Salvador tem muitos lugares a visitar, solar do Unhão, onde fica o Museu de Arte Moderna, Ponta do Humaitá´, em Monte Serrat, uma das vistas mais deslumbrantes da Bahia e com um pôr do dol incrível, a Ribeira, de onde vc pode pegar um barco e atravessar para a suburbana e comer uma muqueca no Boca de Galinha, ou ficar na própria e comer uma muqueca na Marina da Ribeira e depois tomar um sorvete, visitar o Solar Amado Bahia, uma das relíquias Arquitetônicas mais lindas dessa região, há tb um passeio maravilhoso saindo de Salinas, navegando pelo Rio Paraguaçu e conhecer o Recôncavo baiano (o ideal são três dias) mas pode fazer em menos dias tb ….há muitas possibilidades, e todos serão muito bem vindos à Bahia!

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