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Uma volta pela Ilha de Maré a pé

Uma volta pela Ilha de Maré a pé

Escrito por Vaneza Narciso | Atualizado em:

Nossa Baía de Todos os Santos é pontilhada por 56 ilhas. É a maior baía do Brasil e a segunda do mundo! Algumas ilhas nos reservam belas paisagens como a Ilha dos Frades, com praias maravilhosas como Paramana e Nossa Senhora de Guadalupe. Temos também a Ilha de Bom Jesus dos Passos, uma das menores, acessível através de Madre de Deus, e a maior em população é a Ilha de Maré, com 5.712 habitantes, conforme dados do IBGE, 2000. 


Já escrevi sobre como chegar e como aproveitar a melhor praia da Ilha de Maré. Assim, as três ilhas consideradas e sob a administração de Salvador são: Ilha dos Frades, Ilha de Maré e Ilha de Bom Jesus dos Passos. Agora, vamos dar uma volta na Ilha de Maré?


Tivemos esta oportunidade única de dar uma volta na Ilha, durante um passeio realizado pelo agência CookTour do simpatissíssimo Paulo César. O encontro foi ás 8h no Terminal Marítimo de São Tomé, de onde partimos num barco com quase 80 pessoas animadas, de diversas idades rumo a Praia de Botelho. Fizemos um rápido alongamento, promovida pela professora de educação física, Rita Pinheiro, e visitamos as seguintes pequenas vilas: Itamoabo, Botelho, Santana, Praia Grande, Bananeiras, Maracanã, Porto dos Cavalos, Caquende e Martelo.

Partida: Terminal Marítimo de São Tomé. Mas não é neste barquinhos nao…

Praia de Inema, praia dos presidentes

Chegada: praia de Botelho

Botelho

Começamos a caminhada com o olhar atento aos detalhes e as belezas da Ilha. Este é um local que tem ritmo próprio, mais calmo e tranquilo. A maioria da população tem baixo poder aquisitivo e vive da pesca e da plantação de subsistência e criação de gado. E os mais velhos ainda trabalham para ajudar no orçamento da casa. As crianças, que estão por toda parte, ajudam nas tarefas e nas atividades de pesca. E outras que não querem outra vida que não seja, brincar! rsrs


Oratório Club e Restaurante

Saveiros na Baía de Todos os Santos

Dando um “grau” na canoa…

Rapaziada reunida para o baba na comunidade de Bananeiras

“Ei, tia, tira uma foto de nós também”…em Praia Grande

de camarote e avistando o mar

Ao caminhar pelas ruas de areia e raramente calçadas, percebemos como o tal do progresso modificou a maneira de viver, trabalhar e aproveitar a vida por parte dos ilhéus. Casas de alvenaria, bem estruturadas, e casas de veraneio, tomaram a paisagem antes adornada por casas simples. A diversão de muitos é sentar na porta de casa e tomar uma cervejinha, ou ir tomar um banho de mar, ás vezes, na porta de casa mesmo. Percebi um local em que, mesmo assimilando fortemente os costumes urbanos, ainda mantém os costumes locais, simples e interioranos, a exemplo do catado de mariscos, o jardim de pedras de Dona Flaviana Paraguaçu, a construção de redes, o cuidado com os saveiros,  a pesca artesanal, a venda do doce de banana na palha e muito mais.


comunidade de Bananeiras

Praia Grande

Praia Grande

mastros dos saveiros


mãos habilidosas confeccionando redes de pesca

conchas de peguari e sururu

instrumentos de pesca: barcos, canoas, gaiolas…

catadora de marisco no povoado de Maracanã
Jardim de pedra de Dona Flaviana Paraguaçu. Cada pedra tem um nome. Cada pedra tem uma história.

A vegetação na Ilha de Maré é um remanescente da Mata Atlântica, composta basicamente de manguezais e coqueiros. Mas o que nos deixou estarrecidos, é a degradação do meio ambiente. A quantidade de lixo é impressionante. O que nos levou às seguintes perguntas: por que a indústria ainda produz garrafas plásticas? Por que não se utiliza um material que seja biodegradável e tenha um baixo custo para a indústria? O lixo que vimos na Ilha de Maré é só produzido ali, ou vem de mais longe? É lamentável que não haja um esforço para melhorar a situação… E por falar em poluição, da Ilha de Maré avistamos o Porto de Aratu e os navios cargueiros que circulam com frequência pela Baía de Todos os Santos, bem como a Refinaria Landulfo Alves em Candeias.


Refinaria Landulfo Alves, Candeias

comunidade de Santana


Subimos e descemos morros num ritmo confortável, sem correria. Começamos às 9h e chegamos ao destino ( Praia de Itamoabo) às 16h. Quando fazemos trilhas sempre há uma interação, trocamos ideias e conhecemos um pouquinho uns dos outros. Foram um pouco mais de 10 km de caminhada num grupo de quase 80 pessoas, entre elas um casal em que o marido teve um grave problema de saúde e andava com uma certa dificuldade, mas para nossa surpresa era a 13ª vez que ele participava da caminhada, ou seja, não perde uma! Inclusive uma criança de 8 anos completou todo o circuito enquanto que a mãe ficou no barco e não fez a caminhada. Ou seja, este trajeto é para quem não tem juízo, mas tem disposição! rsrs

este senhor, mesmo com mobilidade reduzida já fez esta caminhada 13 vezes!!!

vista do Subúrbio de Salvador

Fizemos algumas paradas em barracas e bares ao longo do caminho, para descansar e reabastecer o “tanque” e repor as energias. Levamos sucos, lanches, frutas e água, algo muito importante para suportar tamanho calor que fazia naquele dia.
Quanto a segurança, não percebemos nenhuma anormalidade, nem nos sentimos apreensivos o que não significa que a Ilha é segura. Há alguns relatos de assalto na região, assim só faça este tipo de caminhada com alguém que conhece o trajeto e em grupo! 
uma senhora casa: de 1953

uma bela casa

uma bela arte

E nossa caminhada terminou em alto estilo. Um gostoso e revigorante banho de mar na Praia de Itamoabo, acompanhado de uma saborosa moqueca de camarão. Oh vida ruim, rsrsr!

Praia de Itamoabo

Aquela moqueca de camarão…hummm

Minha sugestão, para que você possa curtir o melhor da Ilha, é pegar um barco em São Tomé de Paripe e ir direto para a Praia das Neves, e aproveitar para comer uma moqueca de primeiríssima embaixo de uma amendoeira. E eu já contei isso, clique aqui.

Praia de Inema

Na volta da Ilha, a praia de São tomé tá movimentadíssima

Aplausos para o sol

Outra dica: se você ficar na Praia de Itamoabo dá para conhecer a comunidade de Santana, é só subir um acesso pavimentado chamado Ladeira de Itamoabo. Veja aqui:


Mais que uma caminhada, esta foi uma oportunidade de valorizar e respeitar a cultura, a natureza e as pessoas da Ilha de Maré.

Valor do passeio:R$40 por pessoa.

Fomos assaltados na Ilha em 23 de Junho de 2016 assim, deixo um alerta: se for a Ilha de Maré,  vá apenas durante o verão (dezembro e janeiro) e somente aos sábados e domingos, quando tem muita gente na Ilha. Não leve nada de valor. Não fique em locais ermos. Ande em grupo.

Clique aqui  para ler o relato.

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