Neste post conheceremos um pouco do Conjunto do Carmo de Cachoeira, na Bahia, onde tal monumento é composto pela edificação da Ordem Primeira e pela Ordem Terceira. Este passeio por uma parte da história da cidade de Cachoeira tem um significado maior na companhia do guia de turismo Ton, sendo este um dos mais conceituados profissionais da área na cidade. Ao final do post você encontrará o contato deste guia de turismo.
O início ..
A construção do Convento do Carmo iniciou-se em 1688 nos terrenos doados por João Rodrigues Adorno e sua esposa, Úrsula de Azevedo, à Ordem Carmelita, representada por frei Manoel da Piedade. Esse evento marcou a introdução do culto à Virgem do Carmo na vida religiosa da comunidade de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira do Paraguaçu.
A chegada dos carmelitas à Bahia em 1586 e seu estabelecimento no Monte Calvário, onde construíram o convento, faziam parte da expansão das ordens religiosas no Brasil durante o período colonial. A fachada da igreja do Convento dos Carmelitas, com sua estética barroca luxuosa, característica predominante na arquitetura colonial baiana, coexistiu com influências do rococó a partir do século XVIII.
German Bazin datou a igreja do Convento dos Carmelitas de Cachoeira em 1773, com sua fachada ornamentada refletindo a influência chinesa, característica notável no rococó português. O frontão da igreja, adornado com chamas, exemplifica essa influência e é semelhante ao estilo do Rosário dos Pretos de Salvador. A construção do convento e sua rica arquitetura representam um importante marco histórico e religioso na região, testemunhando a presença e influência das ordens religiosas no Brasil colonial.
O corpo da Igreja
A igreja do Convento do Carmo apresenta um espaçoso traçado interno com uma única nave, seguindo as diretrizes da Contra-Reforma, que buscava garantir que todos observassem o altar-mor e a celebração da missa. A iluminação provém das janelas do coro, e a capela-mor se destaca pela sua profundidade, diferindo do padrão encontrado em igrejas conventuais.
A capela-mor é decorada com uma bela pintura ilusionista barroca centrada na figura da Senhora do Carmo, cercada por anjos que flutuam entre nuvens e elementos arquitetônicos. Esta composição reflete a influência dos pintores Antônio Simões Ribeiro e José Joaquim da Rocha, responsáveis por muitos tetos pintados no estilo ilusionista em igrejas de Salvador.
Em 1855, durante uma epidemia de cólera que atingiu Salvador e o Recôncavo, o convento se transformou em um hospital para os doentes, demonstrando um gesto de caridade. Os religiosos atuaram como enfermeiros, e um deles, frei Estanislau, morreu por contágio. As obras no convento e a restauração de imagens e objetos litúrgicos só foram retomadas no ano seguinte. Além disso, o convento estava com poucos religiosos devido a regulamentos legais que proibiam a admissão de noviços em comunidades religiosas.
No século XVI, o Convento e a Igreja do Carmo em Cachoeira se tornaram centros de atividades de associações leigas, incluindo a Ordem Primeira e a Ordem Segunda, bem como a Ordem Terceira, que era uma associação leiga secular com regras e estatutos especiais. A Ordem Terceira do Carmo de Cachoeira foi possivelmente inicialmente uma irmandade que, cinco anos depois, foi elevada ao status de Ordem Terceira, seguindo as regras estabelecidas pelo vigário provincial, frei Manoel Ferreira da Natividade, em 1696, no Convento de Salvador.
Ordem Terceira do Carmo em Cachoeira
O Conjunto do Carmo em Cachoeira é composto pela capela do Convento do Carmo em Cachoeira, juntamente com a igreja, forma os lados menores do claustro retangular. Ela é elogiada por sua impressionante talha, considerada por Germain Bazin como “o mais belo conjunto de talha existente no Estado da Bahia”, rivalizando apenas com a talha da Igreja de São Francisco em Salvador. Acredita-se que o projeto da talha da Ordem Terceira de Cachoeira foi influenciado pelo mestre entalhador que trabalhou na Igreja de São Francisco.
Os painéis na capela retratam a Virgem do Carmo protegendo um grupo de figuras da igreja, enquanto do lado oposto Santo Elias é representado “subindo ao céu no carro de fogo”. Além disso, o teto da nave apresenta onze quadros pintados pelo mestre pintor José Teófilo de Jesus entre 1802 e 1847, contando a história carmelita.
No século XIX, a proibição de enterros no interior de templos levou as ordens religiosas a construir cemitérios próprios, como a Ordem Terceira do Carmo de Cachoeira fez em 1898. Assim, essa mudança refletiu uma transformação na mentalidade e na diminuição da religiosidade, influenciadas pelo positivismo, e também pode ter contribuído para o declínio das associações religiosas, já que o direito a uma sepultura costumava ser uma atração para atrair filiados.
Contato do guia de turismo Ton: 75 99110.4343
Fonte de pesquisa: O CONJUNTO DO CARMO DE CACHOEIRA. MARIA HELENA O. FLEXOR (ORGANIZADORA). IPHAN | MONUMENTA. Para baixar a publicação, clique aqui
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