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Como é o passeio da Rota do Cangaço a partir da cidade de Piranhas
Escrito por Vaneza Narciso | Atualizado em:
Um dos passeios mais cobiçados do Rio São Francisco, é a Rota do Cangaço. Além de muita história, a estrutura turística é muito boa e recomendado para todas as idades. Vamos conhecer como é feito o passeio que sai do cais de Piranhas e é realizado pela empresa MF Tur
Grota de angicos
Se você quer saber onde ficar, como chegar e o que ver na cidade de Piranhas, clique aqui. Com certeza, o principal motivo de você querer conhecer esta cidade é para fazer a Rota do Cangaço ou o passeio ao Cânion do Xingó.
No cais de Piranhas há algumas agências que vendem o passeio que variam entre 65-75 reais e não precisa agendar, basta chegar no horário e contratar o passeio. Mas há uma pequena diferença entre o passeio oferecido por cada empresa. Apenas a MF Tur vai ao Restaurante Eco Park, as demais vão ao Restaurante Angicos. A verdadeira Rota do Cangaço é feita através do restaurante Angicos e tem um percurso de 600 mt e a trilha feita através do Eco Park tem quase 1200 mt. Se chega ao mesmo lugar, mas por caminhos diferentes.
Restaurante Angicos
Saímos do cais de Piranhas as 9h, ao longo do percurso ouvimos as explicação da região e em pouco tempo chegamos ao restaurante Eco Park. A estrutura é maravilhosa. Atendimento muito bom, petiscos e comida saborosa. Uma sensação maravilhosa estarmos a beira do Rio São Francisco, naquele sol de rachar e desfrutando de um ambiente tão agradável. Aceitam cartão.
Restaurante Eco Park
um lugar muito agradável
Assim que chegamos ao restaurante somos direcionados ao início da trilha da Rota do Cangaço que custa 10-15 reais por pessoa. A trilha é demarcada e guiada. A paisagem é típica do sertão e há placas informando o nome das plantas e a distância percorrida. Leve água, faz muito calor. Enfim, chegamos à Grota de Angicos, local onde Lampião foi morto. Neste momento a guia começa a explicar toda a situação numa apresentação de mais ou menos 10 minutos.
É uma explicação fenomenal que se resume da seguinte maneira: Lampião (pernambucano), casado com Maria Bonita ( baiana), morto pela polícia alagoana em terras sergipanas.
Trilha da Rota do Cangaço, percurso de 1200 mt
guia explicando a história do cangaço e da morte de Lampião
E a história do cangaço é cheia de controvérsias, mas possui fatos que nos chamaram atenção:
Pelo Nordeste havia vários grupos de cangaço, porém o mais famoso foi o de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, um pernambucano que desafiou todos os poderes políticos.
Desde que o padre Cícero, então prefeito de Juazeiro do Norte, Ceará, outorgou ao cangaceiro Lampião a patente de Capitão – mesmo sem ele nunca ter sequer sentado praça – muitos coronéis do sertão nordestino passaram a pensar duas vezes antes de praticar qualquer desatino.
Uma vez torturou uma velha que o amaldiçoara (sem saber de quem se tratava) fazendo-a dançar com um pé de mandacaru até morrer.
Em 1930, Lampião conheceu Maria Bonita, que abandonou o marido para acompanhar o cangaceiro. À ela é creditada uma forma de obstáculo ao instinto assassino do novo esposo.
O agravamento do problema do cangaço levou as polícias estaduais a criar forças especiais para combatê-lo, as chamadas “volantes”, comandadas por policiais de carreira, mas formadas por “soldados” temporários, cujos métodos de atuação não eram muito diferentes daqueles dos próprios cangaceiros.
Em 28 de Julho de 1938 a carreira do “rei do cangaço” chegou ao final: surpreendido na grota de Angicos, entre Alagoas e Sergipe, pela volante de João Bezerra, o cangaceiro é fuzilado na companhia de Maria Bonita e nove bandoleiros. Os policiais decapitaram os bandidos, como prova do extermínio do bando, e as cabeças ficaram expostas no Museu Nina Rodrigues, em Salvador, por mais de 30 anos.
Com o desaparecimento de Lampião, Cristino Gomes da Silva Cleto, conhecido como “Corisco, o Diabo Louro”, assumiu o controle do banditismo. Sua carreira, entretanto, foi curta, sendo morto em 5 de maio de 1940, quando foi surpreendido pelas volantes policiais, na companhia de Dadá, sua esposa, na região de Brotas de Macaúbas, Estado da Bahia.
Lampião e Maria Bonita
Interessante observação acerca das fotografias na época do cangaço
Depois desta trilha, voltamos ao restaurante para vistarmos o povoado de Entremontes, conhecida como a capital do bordado, que fica do outro lado do Rio. Atravessamos de barquinho e dentro de uns 2 minutos, já estamos lá. A travessia custa 15 reais por pessoa. Os preços dos bordados não são baratos e algumas casas não aceitam cartão. O barqueiro que nos levou, mora no povoado e indicou a tia dele que é bordadeira e possui produtos bons, bonitos e no preço justo.
os barquinhos para Entremontes partem do restaurante Eco Park
povoado de Entremontes, Alagoas
porto de Entremontes
este foi o melhor lugar para comprar bordados. Aceita cartão
renda de bilro
a graciosa arquitetura do povoado de Entremontes
Igreja do povoado
O mais legal desse passeio foi ter a companhia de duas crianças, de mais ou menos dez anos, super fofas que foram nossos guias. Um deles, o Wendel, quer ser guia e assim o barqueiro deu a oportunidade para eles fazerem o serviço. Uma atitude muito bacana! Quando o menino soube que éramos de Salvador, perguntou se conhecíamos o Gilberto, atacante do Bahia que nasceu em Entremontes. No final do passeio, demos uma contribuição para eles.
ao lado, o nosso guia mirim chamado Wendel
Retornamos ao restaurante e depois de uns 40 minutos, seguimos pra Piranhas. O passeio é lindo e vale muito a pena!