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Passeio de canoa havaiana em Salvador – Pôr do sol

Passeio de canoa havaiana em Salvador – Pôr do sol

Escrito por Vaneza Narciso | Atualizado em:

Neste post você encontrará a descrição e informações necessárias para organizar um passeio de canoa havaiana em Salvador com sua turma. Apresento aqui dois roteiros super legais, mas com características distintas. Assim, vamos conhecer o passeio de canoa havaiana em Salvador feito próximo ao horário do pôr do sol e outro que é realizado pela manhã.

 canoa havaiana salvador

Estacionamos em frente a Igreja da Conceição da Praia, logo ali, abaixo do Elevador Lacerda.

Daí, nos dirigimos a praia da Preguiça que fica na Avenida Contorno entre os restaurantes Soho e o Amado.

Não tivemos dificuldade para encontrar o pessoal da Sol Va’a pois já estava tudo acertado via whatsapp. Portanto, anote aí:071 99228.1123 e siga o perfil Sol Va’a no instagram.

 canoa havaiana salvador
Praia da Preguiça, Salvador, Bahia

Antes de começar a aventura, o instrutor José Icó dá uma mini aula ensinando como fazer os movimentos básicos e como se posicionar na canoa. Instruções importantes que serão esquecidas em breve, rsrs, mas que serão úteis durante o percurso.

Parece que estamos todos devidamente instruídos para começar um trabalho em equipe. Sim, chegar ao destino remando só é possível mediante um laborioso trabalho em equipe. E a história não me deixa mentir.

A tradição da canoa havaiana

A Simone Duarte em sua obra Vou de Canoa conta a história e o desenvolvimento da prática da canoagem havaiana e nos desvela um pouco desse universo.

No capítulo sob tema Trabalho em equipe explica-se como os polinésios conseguiam realizar longas travessias dentro de sistema sustentável a bordo. No entanto, isso envolvia levar suprimentos sob condições adversas e tirar proveito delas. Duarte relata:

“Quando os suprimentos de agua doce trazida da terra terminavam, os polinésios conheciam a maneira ideal para reabastecer suas reservas canalizando a água da chuva que escorria pelos veios de palha da cabana e das velas da embarcação, e essa água era armazenada em cocos estocados no fundo da canoa” (DUARTE,  2021, p. 18).

Sobre o significado simbólico desta atividade, conta-se que “As canoas são a quintessência da Polinésia, o principal símbolo de sua cultura e o elemento-chave de mitos e lendas sem o qual este povo não existiria” (DUARTE,  2021, p. 18).

A origem da tradição reflete-se na nomeação das suas partes. O flutuador se chama ama e as madeiras que a conectam com a canoa é ‘iako. “A palavra para remo em quase todas as línguas polinésias é a mesma: hoe, e para canoa, vemos variáveis muito próximas, como va’a no Taiti e nas Ilhas Samoa, vaka nas Ilhas Marquesas e Tuamotu, waka para os maoris da Nova Zelandia e wa’a no Havaí” (DUARTE, 2021, p. 38).

A canoa havaiana chega ao Brasil no final de 2000 através dos esforços de Fábio Paiva e no exemplar da obra Canoa Havaiana – uma década de sucesso encontra-se a narrativa de como este esporte se difundiu pelo país.

Hoje, esta atividade esportiva promete ser a queridinha do verão do Brasil e em Salvador encontramos diversos clubes de remo que oferecem aulas para os amantes e simpatizantes do esporte.

Passeio canoa havaiana em Salvador no pôr do sol

Voltamos a atenção ao nosso passeio com todo gás e empolgação que a atividade merece. Inicialmente, colocamos a canoa no mar e sob o comando de José Icó, vamos contando e gritando … e quando cansamos, sempre há um mais animadinho da turma que continuará a contar e gritar, rsrs. Mas não basta contar e gritar, ou vice-versa, é importante saber pegar no remo da jeito certo. Mão direita em tal lugar, mão esquerda em tal posição. Aprendeu? Então, remando …

Para mim, a maior dificuldade em remar na Baía de Todos os Santos, não é contar (eu sei os números), nem é gritar (eu dou mais risada que grito) e muito menos saber segurar no remo (a gente se vira e aprende). Deste modo, a minha dificuldade em remar por aqui é bem simples de ser explicada e talvez você já faça até ideia do que eu vou falar.

Saímos da Praia da Espera, contornamos a barreira de pedras e avistamos a famosa prainha do MAM. Adiantando o passo, digo a remada, por causa do horário do pôr do sol, vamos observando o fundo dos prédios localizados no Corredor da Vitória.

 canoa havaiana salvador

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Ao passo que olhamos estes enormes arranhas céus, iniciamos conversas sobre uso desordenado do solo, degradação do meio ambiente, abuso de poder, desapropriação indevida e por aí vai. Mas, estas edificações humanas não disputam atenção com a imensidão que é a nossa Kirimurê.

Qual seria o obstáculo para remar nestas águas? Voltemos a nossa atenção para a magnífica Baía de Todos os Santos e explico com imagens …

 

 canoa havaiana salvador

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Neste ponto, você concorda comigo que fica difícil contar, gritar, segurar no remo ou fazer qualquer outra coisa?

Passeio Canoa Havaiana em Salvador – Forte São Marcelo

Gostamos tanto desse primeiro passeio que acertamos com a Sol Va.a para fazermos um segundo, mas em outro dia.

Saímos do mesmo lugar, da Praia da Preguiça, e seguimos para o Forte São Marcelo. Se a maré estivesse bem baixa, seria possível ver o banca de areia que se forma ao redor do Forte São Marcelo. No entanto, era um dia nublado, cinza, mas que foi muito legal.

Hoje, o Forte é o queridinho das Américas devido a sua arquitetura singular. Mas a história nos revela que dele saíram as balas de canhão que golpearam a cidade de Salvador no bombardeio de 1912, conforme relato do Jornal de Notícias:

“Os canhões do forte de S. Marcello romperam fogo, caindo as duas primeiras balas na montanha junto à base do palácio do governo e as demais, numa pontaria certeira, nas paredes e interior do edifício à praça do Conselho” (JORNAL DE NOTÍCIAS, 1912).

Forte São Marcelo, Salvador, Bahia

O Forte São Marcelo foi tombado pelo IPHAN como patrimônio histórico nacional em 1938. Mas quando olhamos para ele, seja lá de qual posição estamos, sempre fica a pergunta no ar:

porque um patrimônio como este fica fechado por tanto tempo sem uso público?

Forte São Marcelo

Coloco combustível no debate ao resgatar o artigo O forte São Marcelo como elemento de descomoditização do turismo de Salvador de autoria de RIBEIRO & BARBOSA (2007). Este artigo foi escrito na época em que o Forte foi reaberto para visitação pública, no dia 29 de março de 2006. Explica-se qual o caráter competitivo do Forte São Marcelo que desvencilha Salvador do turismo de baixo custo imbricado no turismo sol e praia.

Quando os autores utilizam o termo descomotização, vale lembrar que “commodities são produtos primários ou padronizados, sem grande valor agregado e encontrados com as mesmas especificações, ou muito parecidas, em várias partes do mundo e/ou vários fornecedores, a exemplo da soja, do café, do cacau ou ainda dos produtos petroquímicos, a descomoditização é essencial para se construir um turismo diferenciado e não-massivo” (RIBEIRO & BARBOSA, 2007). Portanto, destaca-se que:

No caminho da descomoditização, o Forte São Marcelo aproxima o produto turístico de Salvador da estratégia da diferenciação. Porter (1989, p.12) ensina que uma empresa diferenciada é aquela que apresenta um atributo único em seu setor. Esse atributo deve agradar aos clientes de forma que a empresa possa cobrar um preço-prêmio pela diferenciação que oferece e ainda deixar os clientes satisfeitos, mesmo que tenham pago mais caro pelo produto ou serviço. Esse diferencial, continua Porter, pode ser baseado em atributos do próprio produto ou serviço, na forma de venda e de entrega, no poder de sedução de uma marca fortemente posicionada e em uma grande variedade de outros fatores (RIBEIRO & BARBOSA, 2007).

Retornamos á Praia da Preguiça nos sentindo gratos em experienciar um passeio que proporciona um encontro agradável entre viagem e ciência e, além disso nos enriquece em vários sentidos.

 canoa havaiana salvador
Esta foto refere-se ao retorno do passeio para ver o pôr do sol

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