Recebi a informação da minha amiga Mary Horta e fui conferir esta exposição muito interessante.
São gravuras que integravam o acervo da Real Biblioteca, trazido para o Brasil pelo então príncipe regente D. João, por ocasião da transferência da Corte portuguesa
para o Rio de janeiro, e foi incorporada em 1876 à seção de estampas da biblioteca nacional.
para o Rio de janeiro, e foi incorporada em 1876 à seção de estampas da biblioteca nacional.
São 8 coleções: alemã, holandesa, flamenga, francesa, inglesa, italiana, espanhola e portuguesa.
Destaques para as seguintes:
– Albrecht Dürer, alemão. Maior pintor e gravador. Suas grandes obras são 15 xilogravuras da série O Apocalipse, considerada uma das maiores criações da arte alemã que retrata com riqueza de detalhes a passagem do livro bíblico.
– Giovanni Piranesi, italiano. Trabalhou como gravador e arquiteto reproduzindo as fascinantes séries Vedute di Roma ( Vistas de Roma) e Le cárcere d´invenzione (Prisão imaginária). A primeira seria uma reprodução da realidade incluindo a Pirâmide de Céstio que hoje encontra se na Via Ostiense em Roma. A segunda, seria uma representação do imaginário de Giovanni que explora a técnica da água forte. Vemos, na obra, como um lugar bem escuro que traz realmente a idéia de prisão.
– Jacques Callot, francês. Elaborou gravuras da série As misérias e os infortúnios da guerra, na qual o pequeno espaço gravado torna-se um grandioso cenário dos desastres da guerra.
O ponto alto da visita é compreender as diversas técnicas de gravuras. São elas:
Xilogravura– entalhe na madeira utilizando a goiva e o formão, deixando-se em revelo a imagem a ser impressa.
Buril- é a mais antiga técnica de gravura em metal que se conhece. O buril é um instrumento com cabo de madeira e ponta cortante em que o gravador faz encavos finos e profundos deixando marcas que serão preenchidas pela tinta de impressão. Foi, por excelência, a ferramenta dos primeiros gravadores.
Ponta- seca– técnica conhecida desde o século XV em que o gravador somente desloca material quando pressionada contra a superfície. A ponta- seca é empunhada como um lápis e não exige conhecimentos de ofício tão elaborados quanto os necessários ao uso do buril, sendo o tom da linha dado pela pressão produzida ao desenhar e pela quantidade de rebarbas produzidas nesses deslocamentos.
Água – forte – é um procedimento indireto utilizando produtos químicos (mordentes) sobre matrizes de cobre desenhadas e não isoladas pelos vernizes. O produto químico corrói parte da placa que não está protegida pelo verniz. A corrosão é determinada pelo tipo de agente químico escolhido em que a placa será imersa. São muitos os mordentes e sistemas de aplicação empregados pelos artistas. Quase todos as águas-fortistas importantes inventaram processos próprios.
Água tinta– trata-se de um processo indireto que se vale de mordentes, como a água-forte.A matriz é pulverizada com resinas, breu e betume, que aderem á superfície da placa pelo uso de calor. Esta técnica produz uma variedade de cinzas a depender da quantidade de tinta nos pontos corroídos.
Maneira negra– técnica chamada também de mezzotinta, que consiste na construção de um tamanho regular e rigoros de pontos, por intermédio de um instrumento prórpio, o berceau, cujo formato é parecido ao de um pente em meia lua.
Algo bacana nesta exposição são os mediadores que nos auxiliam a entender as obras e suas particularidades. Estão disponíveis lunetas para melhor visualização dos detalhes das obras.
Há distribuição gratuita do catálogo das obras exposta , porém há critérios (estudante/professor de Artes ou História) para distribuição.
Se desejar conhecer o acervo permanente do museu poderá continuar a visita no primeiro andar. Falarei dela posteriormente.
Finalize, adoçando a visita na doceria Doces sonhos que fica bem pertinho, saindo do museu siga á esquerda e ande alguns metros e logo verá a doceria. A loja possui variedades de bolos, tortas e salgados. Além de bebidas como licores de menta, chocolate com creme e amarula.
Torta gelada de chocolate preto e branco… hummm |
Serviços:
Exposição “Mestres da Gravura”
9 de julho a 31 de agosto
Visitação: terça a sexta, das 13h às 19h/sábado, domingo e feriado, das 14h às 19h
Museu de Arte da Bahia-Av. Sete de Setembro, 2340 – Vitoria, Salvador – BA, 40080-002(71) 3117-6902
Doces Sonhos– Av. Sete de Setembro, 2573 – Vitoria, Salvador – BA, 40080-002(71) 3338-1611
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