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54 motivos para você conhecer a Ilha de Itaparica (Bahia)
Escrito por Vaneza Narciso | Atualizado em:
Se você tem dúvidas se deve ou não conhecer este pedaço da Bahia, este post vai te ajudar a decidir. Convido você a viajar pela Ilha, de sul ao norte, através de cinquenta e quatro fotos das melhores praias da Ilha de Itaparica onde destaco os pontos históricos e naturais da maior ilha da Baía de Todos os Santos.
O roteiro da nossa viagem de 4 dias pela Ilha de Itaparica você confere clicando aqui.
Jeribatuba – em 14 de Agosto de 1822, o príncipe D. Pedro foi aclamado pela primeira vez na Ilha , na Igreja Matriz de Santo Amaro de Catu ( atual Jeribatuba), por iniciativa do capitão José Antônio da Silva Castro, avô do poeta Castro Alves. Jeribatuba é uma vila pesqueira tranquila e com uma orla encantadora. Com a maré alta a praia é uma delícia!
Cacha Pregos – fica no sul da Ilha e tem boa estrutura de hotéis e restaurante. A praça é um lugar aprazível, fomos durante o dia e não sei como é a noite. O que nos impressionou foi a praia com água clara.
esta parte da praia fica bem em frente a Marina de Cacha Pregos
píer de Cacha Pregos
olha lá a Praia do Garcez (ou Ponta do Garcez), em Jaguaripe
Praia do Garcez ( ou Ponta dos Garcez, em Jaguaripe) – quando pesquisamos no Google, fica uma confusão de localização e nomes. Mas a praia do Garcez fica no município de Jaguaripe, é deserta e sua extensão vai até a Barra do Garcez, encontro do Rio Jaguaripe com o mar, bem na frente de Cacha Pregos. Neste encontro temos a Ponta dos Garcez que acessamos via barco ( fizemos a travessia com sr Manoel: +55 71 9142-4020). Esta praia é chamada também de Praia do Amor, mas o certo é que o lugar é lindo e tranquilo. Se você for lá, cuide. Não jogue lixo. Não destrua a natureza, por favor!
Nas cartas náuticas da Baía de Todos os Santos fica claro que, a rigor, o limite da famosa baía estaria na Ponta dos Garcez, na foz do rio Jaguaribe, tangenciando o extremo meridional da ilha de Itaparica, onde muitos geógrafos apontam o limite das terras do Recôncavo. Jaguaripe ( ou Jaguaribe) é a primeira Vila do recôncavo baiano.
curtindo uma praia sob a sombra das amendoeiras
Aratuba – uma enseada graciosa que proporciona um banho revigorante e uma boa caminhada. Há pousadas por aqui que valem uns dias para relaxar e curtir a praia vizinha de Berlinque. As crianças se divertem! Se você quer alugar casas por temporada para veranear na Ilha de Itaparica, esta é a melhor opção.
Barra Grande – pelo que vi no mapa é a praia com maior extensão da Ilha de Itaparica e possui muitas piscinas naturais e uma coroa de areia que se forma na maré baixa. Conhecemos apenas a parte principal que acessamos pela rodovia BA 001.
Praia da Conceição – aproveite a maré baixa para descobrir a beleza embaixo d’água, mas cuidado para não furar o pé. Por isso, use um calçado apropriado. O nome Itaparica é de origem indígena e significa “cerca de pedra” justamente por causa dos seus arrecifes (ou recifes) de corais que circundam toda a Ilha denominado Área de Preservação Ambiental “Recife das Pinaúnas“. Aproveite para observar a natureza e reflita sobre a importância de preserva-lá. Até porque o pulmão do mundo, não são as florestas e sim, os corais.
a areia da praia é assim
Praia da Penha – não podemos deixar de falar sobre a atuação dos jesuítas na Bahia, que se concentrou em Salvador, e no Litoral. No Recôncavo possuíam as aldeias de Santo Antônio do Iguape (1561), em Cachoeira, e Santo Antônio dos Índios, em Aratuípe, a Fazenda de Nossa Senhora da Penha, em Vera Cruz, doada em 1689 pelo Padre José de Andrade e Sá na condição de construírem uma capela. A data da sua construção não é precisa, mas no livro Baía de Todos os Santos: aspectos humanos ( Edufba, 2011, pag 228), encontramos a informação de que esta igreja possui estilo clássico introduzido pelos jesuítas.
Igreja da Penha, Vera Cruz
Praia da Penha
Mar Grande – se você pensa em fazer um passeio diferente no final de semana, não hesite em ir à Ilha de Itaparica por Mar Grande. É só pegar a lancha no Centro Náutico e descer no Terminal Marítimo de Vera Cruz, a travessia é linda e leva uns 40 minutos. Em frente ao Terminal das lanchas, tem o Terminal das vans que te leva para toda Ilha.
A ilha foi emancipada de Salvador em 8 de agosto de 1833 e elevada a cidade em 30 de julho de 1962. Posteriormente, o município foi desmembrado em dois: o de Itaparica e o de Vera Cruz.
Itaparica – aqui é a sede do município de Itaparica. A importância histórica desta cidade é estudada até hoje, tanto que ganhou o Museu da Independência do Brasil. Não deixe de visitar Itaparica, tem muita coisa boa que num bate volta infelizmente não dá tempo de ver, mas se você só tem um final de semana, vá conhecer Itaparica assim mesmo.
Orla de Itaparica – um pôr do sol aqui deve ser um espetáculo
Marina de Itaparica
Nesta categoria de povoações sentinelas podemos incluir também Itaparica, antiga Ponta da Baleia, uma armação de pesca do cetáceo que servia ainda a vigiar e assegurar a passagem dos víveres provenientes do vale do Jaguaripe e Baixo Sul para o Recôncavo e Salvador pelo Canal de Itaparica. Esta função militar foi posta à prova com sucesso durante as lutas de independência, em 1823.
Fonte da Bica
A Fonte da Bica é a única fonte hidromineral à beira-mar das Américas. Sua água é carbonatada e sulfatada com boa dose de ácido carbônico, teor de radioatividade na fonte a vinte graus Celsius de 0,82 maches. Tem poder digestivo e diurético, sendo recomendada especialmente para pacientes com problemas no fígado e no baço.
observando a maré subir
Praia do Forte
Igreja da Piedade ao lado, o Hotel Icaraí
Ao lado do Hotel Icaraí, temos a Igreja da Piedade. Esta pequena capela era nincho na era da independência, para ela se voltaram todas as preces das mães aflitas e toda a esperança daqueles pescadores humildes que foram prenomes na nossa liberdade. Nossa Senhora da Piedade é a Padroeira de Itaparica. A igreja foi reedificada em 1923.
Casarão Solar do Rei
Em 1606, o português João Francisco de Oliveira constrói a Casa do Contrato das Baleias, no mesmo local onde hoje está o Casarão Solar do Reis. O óleo extraído das baleias era usado na construção de igrejas e casarões. Em 1808, em visita à Ilha, o Rei D. João VI, hospedou-se nesse mesmo casarão, que apenas começava a entrar para a história. Em 1826, foi à vez do Príncipe D. Pedro I se hospedar nele, e em 1859 o Príncipe D. Pedro II.
Forte São Marcelo – não pode entrar sem camisa e trajes de banho.
Situado no extremo norte da ilha de Itaparica, no local conhecido antigamente como Ponta da Baleia, em área estrategicamente importante por impedir o desembarque no único porto natural da ilha. A primeira construção data de 1647, durante a invasão holandesa, quando estes ocuparam a ilha e constroem um forte de quatro redutos. Ao se retirarem para Recife os holandeses arrasam com o forte. A construção atual data de 1711 e foi mandada construir pelo Governador Lourenço de Almeida.
O Forte de São Lourenço abriga o Museu da Independência do Brasil que funciona todos os dias das 14-18h. Entrada gratuita. Falaremos deste museu em outro post.
dentro do Forte São Lourenço – a visita inicia com uma breve explicação
Praia do Forte – lotada aos finais de semana e feriado
Praia do boulevard – preferida dos veranistas
um beco colorido numa transversal da Avenida Juracy Magalhães e que dá acesso a Igraja da Piedade. Esqueci o nome deste Beco …
Matarandiba– local de pesca e mariscagem. Você pode conversar com os barqueiros e contratar um passeio pela região. De Matarandiba vemos as localidades de Cações e Ilha do Cal. Quando a maré sobe, acredito que seja um lugar muito belo. Aperte o play:
A riqueza da flora e fauna é bem evidente e a tranquilidade também. Há trabalhos comunitários e economia solidária, inclusive moeda própria chamada Concha, mas eu não vi pois o nosso tempo no local foi bem rápido. O tempo estava bem nublado e havia trovejado no dia anterior. Mas este lugar nos encantou, voltaremos com mais calma com certeza!
Dizem que a origem do nome Matarandiba é uma junção de Matara (redução da forma matarânna: árvore de madeira rija da família dos Renealmia Sylvestris) com ndiba (indica lugar de farta colheita, abundância), significando assim mataranas em abundância.
A construção da ponte Salvador/ Itaparica vai ser boa para a Ilha?
No post anterior, usei uma fala de João Ubaldo Ribeiro, um homem que tinha autoridade para falar sobre o tema. Neste post uso um estudo apresentado num Seminário Costeiro sobre a relevância das áreas de preservação e conservação ambiental na Ilha:
“A publicação de um Decreto Estadual em outubro de 2011 declarando
algumas áreas como de utilidade pública para fins de desapropriação, inclusive
revenda, e futura urbanização e parcelamento do solo para utilização econômica,
reacende tal questionamento a respeito das consequências socioeconômicas e
ambientais de tais empreendimentos sobre os municípios de Itaparica e Vera Cruz,
uma vez que algumas das áreas delimitadas situam-se em remanescentes florestais de
Mata Atlântica e em áreas de manguezais.“